segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

comentário

acabaram-se os comentários. sim, posso ser filho da puta, impotente, suicida, comuna e fascista ao mesmo tempo. o que queiram. mas não me apetece continuar a censurar essas merdas.
esquisito como 99,9% dos comentários (que nem aparecem) são de pura raiva. acabou-se.

Rita, não sei de imagem que o amor não persiga

Não sei de imagem
que o tempo não destrua
não sei de ti
se atravessas a rua
vem ter comigo
sempre que for preciso
fala com a voz
fala com o choro
fala com o riso
diz o que é preciso

Viva quem vive
com a cabeça aperrada
e dispara bala
contra o medo apontado
viva quem luta
com a cabeça ao contrário
p´ra ver também
um pouco do lado do adversário
do lado contrário

E viva o dia
em que já não precisas
de reis nem gurus em frases-chave nem divisas
o dia
em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas

Ei,ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

Não sei de imagem
que o amor não persiga
não sei de ti
se não fores minha amiga
faz o que queres
que se queres é preciso
faz o melhor
fá-lo com loucura
e com juízo
faz o que é preciso

Viva quem muda
sem ter medo do escuro
o desconhecido
é o irmão do futuro
viva quem ama
com o coração aos saltos
e mesmo assim vence
os seus altos e baixos
e os altos dos seus sobressaltos

E viva o dia
em que já não precisas
de reis nem gurus
nem frases-chave nem divisas
o dia
em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas

Ei, ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

porque não tenho escrito nada, aqui fica um testemunho muito pessoal

esta merda até corre bastante bem, atendendo às circunstâncias
nomeadamente acho uma vergonha o preço do vinho no extra, um roubo!

poder de encaixe

vem aí o natal. vai-te foder

feliz natal

se como eu pertences à maioria silenciosa que usa sabonete líquido no duche repara bem nisto, mas antes uma confissão, agente usa a coisa para dar menos trabalho, o mesmo é dizer esfregar menos, fica menos limpo não é? mas adiante, faz talvez us 100 anos que uso aquele sabonete da johnson, o grande, alguém se lembra de a coisa vir sem os 50% grátis? já me ocorreu inclusivamente perguntar à menina da caixa se tinha a embalagem sem promoção, para experimentar a diferença. outra coisa que me faz confusão no natal, desde que ouvi dizer que os iogurtes podem ser repasteurizados ou lá o que é, são os iogurtes do pingo doce, os naturais claro, nunca se deve comprar iogurtes com sabor, são nojentos (todos). dizia eu, aqueles iogurtes têm uma consistência suspeita (mamas de silicone é assim o mais suspeito que me lembro para comparação).
o meu pai fez hoje 60 anos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

isto pode parecer (e é) uma rematada estupidez

fico emocionalmente esgotado quando a puta da águia sai mesmo por trás de mim e voa sobre a catedral. os romanos inventaram o pão e circo, sabiam o que faziam os gajos.

se queres uma moral vai ler o la fontaine

"A mesma fonte recorda uma mulher que aos 72 anos matou o marido à paulada, na zona de Santarém. Estava cansada de ser vítima de violência doméstica.

Assim que a PJ a deixou nos calabouços da PSP, a idosa - que nunca ofereceu resistência - fez questão de se despedir do inspector com dois beijos na face."

terça-feira, 20 de outubro de 2009

tv cabo

tenho andado incrivelmente e durante horas dias e dias, consumido pelos inúmeros canais do cabo. não há melhor nem mais rápida forma de gastar o tempo, arranjar uma espécie de depressão, devidamente salteada com uma puta duma modorra que infecta o organismo todo.
vai sendo dia de dar-me um chuto no cu. quase ando com vergonha. uma espécia de falta de higiene mental.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

eleições parte II - PS

o PS tem um problema crónico ligado à sua base social de apoio, a classe média, com grande peso do pessoal que trabalho no Estado.
tal como o BE, acha que a defesa dos desprotegidos, é a defesa dos professores, dos trabalhadores das autarquias etc, um dia vão perceber que esses são os protegidos...
este governo tentou mexer nas regras na educação, saúde e teve a luta dessas classes. bom, e se calhar é por aí que se vai lixar...
mais um governo e mais uns anos passaram, a justiça e os tribunais parecem continuar a mesma merda. e isso basta para não ter sido positivo.

eleições parte I - PSD

se o PSD perder as eleições,é provável que a posição relativamente a temas como casamento entre pessoas do mesmo género, lei do divórcio, testamento vital, eutanásia, aborto, etc, seja a oposta da que é hoje.

a razão é simples, pelo posicionamento pouco fixo nestes 30 anos, tanto-lhes pode calhar um chefe que é uma ilha de conservadorismo como um liberal no verdadeiro sentido do termo. e passa de partido conservador a partido liberal num instante.

isto tudo porquê? não sei bem, mas enquanto lá estiver aquela senhora que acha que o casamento é para procriar, eu não só não não sei, como não me interessa...

quanto à política do dia a dia, à economia e etc, não acredito na senhora nem por um segundo, lembro-me bem da Ministra das Finanças, é a mesma pessoa?!

o psd que esteve para entrar na Internacional Socialista, mas que foi subrepticiamente contra a entrada de Portugal na UE. o psd é o que lhe dá jeito em cada dia

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Predestinados como o Maradona sou eu

Como é que é possível que um tipo, que não se lembra de alguma vez ter ido a Alfeizerão, faça o respectivo pão-de-ló sem vergonha nem embaraço ein?
Tarefa só para iluminados. A localidade fica para os lados de São Martinho do Porto e seguramente vive com excesso de galinhas.

tédio
tédio
tédio

ÚLTIMA HORA!!!!!!!!!!!

interrompemos a emissão para informar que a "Miss Brasil 2009 expressou também o desejo de ver o momento em que a pobreza e as desigualdades sociais serão erradicadas do mundo."
in diario digital

tédio
tédio
tédio

quarta-feira, 29 de julho de 2009

não há um liberal em Portugal

prestes a fazer uma dissertação sobre os blocos políticos em Portugal, a direita que é toda conservadora e conservada em formol, a esquerda que só defende os que já estão defendidos e etc...

mas não.

acabei de misturar lombos de pescada com presunto e meti a cena no forno.
estou portanto naturalmente em pânico e sem qualquer discernimento.

que se foda a política, isto ainda acaba no galeto.

terça-feira, 28 de julho de 2009

eu vou tomar aquele velho navio e comprar um pacemaker

my brother, não tem aparecido aqui nada escrito, e não tem que agradecer o tempo ganho a não estar a ler isto.
abre-se só uma excepção para dizer presente.
mas presente indiferente, dormente

(pacemaker em tradução literal é para marcar o passo, como quem marca o ritmo, são aqueles gajos no deserto que têm de andar só para não parar, adormecer, morrer)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

é muito redutor dividir as pessoas em grupos?

há quem só queira um porto de abrigo, um qualquer. há quem fuja de ter pé. há todas as cores no meio também. há os outros.

tudo vai ser diferente, isto vai ser irreconhecível, como hoje é, visto de ontem

http://www.wolframalpha.com/

Ele há causas que me causam cá uma impressão...

Há uns dias umas centenas de milhares de pessoas foram com a imagem da NSFátima até ao Cristo-Rei celebrar os 50 anos da estátua.
Segundo parece, o Cristo-Rei foi construído para agradecer ao Senhor por não termos entrado na 2ª Guerra (não sei bem se ao Senhor no céu se ao das botas).

É bom lembrar o século passado, as guerras em que entrámos,
- na Primeira Guerra Mundial fomos lá porque um senhor matou um arquiduque e os imperialismos europeus estavam no auge,
- na do Ultramar já toda a África era independente, nós ainda andávamos a carpir o nosso Império e a combater contra os de lá
- a da Índia não chegou a acontecer, mas vontade não faltou ao senhor das botas.

A única em que não entrámos, e até fomos dúplices, foi a 2ª Grande Guerra, contra um tirano maníaco que queria exterminar uns povos e subjugar todos os outros. Se calhar a única guerra que eu nunca hesitaria travar.

Enfim, a Igreja e o regime decidiram agradecer esta postura perante a guerra, perante as guerras, num século em que não fomos um exemplo para ninguém...

Estas coisas do Salazar e do Cerejeira e de Fátima e estes cozinhados todos fazem cá uma confusão!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

como os olhos de um bandido *

existe uma lógica nas probabilidades (e na vida) que não sei o nome, mas pode ser por exemplo, invariância. essa lei tanto dá para prever resultados do futebol como para perceber que amanhã o dia em princípio vai ser igual a hoje. o resto são raros acidentes, singularidades estatísticas.
enfim , para dizer que convém que hoje tenha corrido bem.


* esta frase é do Caetano, claro

profilaxia

confesso, sou hipocondríaco.
todos os dias faço a profilaxia da malária...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

saltam memórias por coisa nenhuma



Estava este som a passar aqui e veio-me uma saudade do Mindelo. não sei bem porquê, porque sim. nha crecheu.

generalizações, bela vista e outras merdas

Uma dúvida anda a assaltar-me (salvo seja). Quantos bandidecos têm de viver num bairro para se decretar publicamente que o bairro é só malandragem? basta 5% dos habitantes? ou será 10%? 20%? 50%?
Os não-bandidos, que passam a viver num bairro sitiado pela polícia, têm direito a queixar-se a alguém? As pessoas perdem direitos "civis" porque lá no bairro uma malta andou na bandidagem?
Já tive um dia contacto amistoso com aqueles senhores do Corpo de Intervenção, e fico arrepiado de pensar neles todos os dias a cercar o meu prédio.
Ninguém se indigna que, ao invés de haver trabalho de investigação criminal e captura de criminosos, se decrete uma espécie de estado de sítio que não resolve nada, só descrimina.
E que tal fazer um trabalho sério e prender os bandidos, em vez destas merdas?
Quanto aos senhores do Corpo de Intervenção, do que já vi, são o contrário do que uma polícia deve ser. Implicam com quem passa, provocam de forma gratuita, são mal educados e agressivos. Onde chegam parece que a coisa se transforma numa espécie de faixa de Gaza, onde ninguém se livra de arranjar chatices só porque está no sítio errado à hora errada.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

crítica literária

Em estando vivo acho que o Phillip Roth é capaz de ser o melhor escritor vivo. Em estando morto, não fosse o Cervantes...
Escrevo com a autoridade de quem hoje vai acabar de ler o primeiro livro dele, e que nos últimos 15 anos leu muito pouco, e quase só merdas sem interesse nenhum, de tal forma que nem sei bem o que ando a ler, desde os 17 anitos.
espero ter convencido com a força dos argumentos. eu cá fiquei.
de qualquer modo esta opinião varia conforme o que ando a ler, que é para isso que eles servem, para nos moldar de calhaus em lindas lanças com que matamos os fantasmas. ou então tudo ao contrário.

o estilo é que me fode. que o conteúdo nunca existiu.

havia um qualquer gajo que dizia, para escrever um bom texto é preciso tirar tudo o que está a mais. a minha técnica é outra, deixo só meia dúzia de palavras a mais, de maneiras que dê um post.

esta insatisfação

o Variações é o primeiro cabeleireiro filósofo músico poeta que sabia realmente dançar, acho até que sei onde o Michael Stipe foi buscar o swing

Paulo Pena, provérbios por atacado

a verdade é que as pessoas levam bastante a mal quando se lhes diz a verdade

se os provérbios tivessem corolário:
hoje disse a verdade e fodi-me
se os corolários dos provérbios tivessem corolários:
hoje mentiram-me, fodi-me
se os corolários dos corolários dos provérbios tivessem corolários:
a verdade não existe, fodi-me

campeões, não fugindo ao assunto...


se repararem no equipamento do benfica, por cima do símbolo aparecem 3 estrelas douradas, pouca gente sabe o que quer dizer, penso que não há muitos clubes no mundo com essas estrelas. entretanto espero que se tenham divertido a festejar à chuva.

sábado, 9 de maio de 2009

Paulo Pena, fabricante de provérbios

demasiadas vezes o cântaro não foi à fonte
Aqui, onde os homens se sentam

a ouvir mútuos queixumes;

Onde a decadência agita um resto


de cabelos tristes e grisalhos


Onde a juventude se faz pálida, fina


como a sombra, e morre;


Onde o simples pensar já é sofrer...


John Keats
Ode a um rouxinol

sexta-feira, 8 de maio de 2009

introducing Paulo Pena, fabricante de provérbios

um barco não vai ao fundo duas vezes

quarta-feira, 29 de abril de 2009

vende-se algoritmo para ser feliz

quem quiser ser feliz, mesmo feliz, não acredite em banhas da cobra, ser feliz é caro, muito caro. mas até 1 de Maio por um preço especial vendo uma fórmula milenar, desenvolvida pelas gajas que viviam na ilha dos amores. quem quiser basta transferir 500.000 € para a minha conta, e na volta do correio recebe o segredo.
e não tem de ler livros, aliás, é melhor nem ler livros. vou aliás escrever um livro a explicar que ler livros não é bom para a felicidade. aliás os livros alteram o próprio conceito de felicidade. aliás, comprem o meu livro que vai lá estar tudo explicado, mas é segredo. o livro sai brevemente, é só o tempo de o escrever.

30 e tal anos de sabedoria

não existe nada consequência para cada acto, é mentira.
as consequências é como se as casas de banho dos aviões não tivessem reservatório, é merda que cai do céu, de forma aleatória.

De quem é o carvalhal? É nosso!

sol no fds porra! senão ainda faço uma revolução!

foi bom

tinha-me esquecido de opinar sobre o concerto do david byrne. já está.

eu sou oliveira por graça do Senhor

aproxima-se o 13 de Maio, em que a Senhora se pôs em cima de uma azinheira

crónica do porque será

gostava mesmo de escrever uma espécie de crónica divertida, jovial e ao mesmo tempo profunda de conteúdo sobre o quotidiano, o dia a dia.
mas mesmo que o jeito estivesse lá o quotidiano hoje foi uma merda, um dia sem sinal de vida. uma merda desinteressante. como é que se chama o cão do obama mesmo?

um problema no roupeiro

a pensar deitar fora velhos maus habitos e arranjar novos maus hábitos

domingo, 26 de abril de 2009

25 de abril

não há como ouvir histórias na primeira pessoa do que se passava cá, antes do 25 de abril, para um gajo se sentir um anão. e para se sentir grato aos que bateram o pé, levaram nos cornos, foram presos, moeram a cabeça ao regime, e aos que o derrubaram
convém nao esquecer os filhos da puta que aqui mandaram tantos anos.
e o que correu mal, é culpa nossa, de todos, que isto agora é uma democracia.
não há cá um botas iluminado que nos diz para onde ir e nos solta os cães se gritamos alto.

um herói é um herói é um herói

se não fosse este gajo e outros, a esta hora provavelmente estava a comer porrada em vez de estar a beber uma cerveja e a escrever merdas por aqui. 25 de abril sempre.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

dois dias

uma vez passei dois dias numa casa isolada no delta, ali pelo tigre. sozinho e/mas com um gajo amigo. chamava-se beixa-flor, deve ser assim que os sul-americanos que falam castelhano dizem beija, não estou seguro, esqueci-me de perguntar. éramos mesmo sozinhos, não havia mais hóspedes, a praia era de areia e tinha o tamanho de uma pequena-área, mas sem baliza. a ideia também não era marcar golos. li o rayuela, que por acaso se lê rachuela, do cortazar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

falta-me um dente

despenteado, cansado
porque é que acordo inchado?
vazio, submisso
porque é que teimo nisso?
sem força, absorto
acordo outra vez morto
na luta despida
outra guerra perdida?
no mundo
encontra-se sempre o fundo

quase adulto, quase enxuto, quase morto, quase doutro

(um exercício chamado: foda-se não tenho medo de rimar, mas não volto a tentar)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

a semente estava lá, foi só regar

há-de chegar a hora em que vai ter de se reconhecer o direito à existência de bombistas emocionais, depois de muitas teorias e terapias, explicações e recriminações.
a desformatação dos modos de viver tem como contra a dor, como vantagem a estupida liberdade de se estragar sempre sempre tudo. de qualquer modo o determinismo da história vai-nos levar a esse futuro, que é assim como se vivessemos por exemplo na Holanda ou outro sítio de costumes liberais e muito poucas regras.

ninguém sabe porque é como é, mas eu por acaso tenho as minhas supeitas.

a musica é do cohen, em homenagem à janis joplin, passa-se no CHELSEA HOTEL, também por lá passei há umas semanas, mas não tenho muito a dizer em relação a isso. este post é sobre o facto de ser mesmo muito difícil, tão difícil que não dá para verbalizar.

espero ter sido claro


Hoje no Público, by Pedro Magalhães.

«Eram sete horas da manhã do dia 17 de Fevereiro de 2003 quando ocorreu uma mudança histórica na cidade de Londres. A partir desse momento, todos os veículos que quisessem circular ou estacionar no centro da cidade durante os dias de semana passaram a pagar uma “taxa de congestão”, que é hoje de oito libras (nove euros). Os residentes têm direito a um desconto de 90 por cento e estão isentos de pagar a taxa se estacionarem em garagens ou zonas designadas. Veículos com baixas emissões de CO2, de emergência ou usados por deficientes, transportes colectivos, assim como motos e bicicletas estão também isentos. O cumprimento destas regras é aferido através de câmaras que identificam automaticamente as matrículas, que são diariamente confrontadas com o registo dos pagamentos feitos.

Quais os efeitos deste medida? Num artigo de Outubro de 2006 do Journal of Economic Perspectives, Jonathan Leape resume as conclusões dos estudos existentes. O número de veículos privados que circulam na zona central baixou em 30 por cento. Mais de metade dos indivíduos que deixaram de usar o carro para entrar na zona central passaram a usar transportes públicos. [...]

Estocolmo é ainda melhor exemplo de uma capital europeia que introduziu um esquema deste tipo, protegendo uma área central de 30 km2. Foi em Agosto de 2007, precedido de um período experimental na primeira metade de 2006, ao qual se seguiu um referendo local. As formas de pagamento são bastante mais fáceis que em Londres e incluem um sistema tipo “via verde”. Em Março passado, a revista Transportation Research dedicou um número inteiro ao assunto. Conclusões? Efeitos iguais ou maiores que em Londres: diminuição do tráfego e do tempo de viagem; ausência de efeitos negativos no comércio; transferência de viajantes para transportes públicos; ausência de efeitos regressivos ou progressivos em termos de equidade na distribuição dos custos; e redução de acidentes, poluição e custos de manutenção da via pública. [...]

Eu sei que votar numa eleição não é fácil e há muita coisa a considerar. Mas espero que os mais de 500.000 eleitores que podem votar nas autárquicas em Lisboa aceitem deste seu concidadão um critério que simplificará muito a nossa decisão. Irão dizer-vos que a rede de transportes públicos em Lisboa não permite que se impeça a entrada de carros. Mas vocês sabem, como eu, que isso não é verdade. Vocês vêem, como eu, autocarros vazios em hora de ponta, parados por detrás de um mar de carros nos eixos centrais por onde se passa quando se entra e sai de Lisboa. É preciso melhorar? Sim, e irão dizer-vos que não há dinheiro. [...]

Vão também dizer-vos que aqueles que vêm para a cidade não têm bons meios para cá chegar sem ser o carro particular. Mas mesmo que isso fosse inteiramente verdade — e vocês sabem bem que não é —, pensem de quem será a responsabilidade, e como o actual estado de coisas desresponsabiliza as câmaras dos concelhos limítrofes de melhorarem os transportes públicos nos seus próprios municípios e os governos de investirem em melhores maneiras de chegar à nossa cidade. Pensem nos custos — em tempo, produtividade, saúde, segurança, vida familiar, conforto — que todos pagamos pelo actual estado de coisas. Vocês sabem tão bem como eu que muitos dos candidatos que temos tido à Câmara de Lisboa a vêem como mero degrau para outros cargos políticos e que, por isso, têm medo de hostilizar o eleitorado dos concelhos vizinhos. Mas isso tem sido um problema nosso que, felizmente, a democracia ajuda a que possamos fazer com que seja apenas um problema deles. É simples: candidato que não proponha uma maneira séria e radical de impedir a entrada de carros na nossa cidade não merece um único dos nossos votos. Vamos fazer essa experiência? Vão ver que funciona.»

segunda-feira, 13 de abril de 2009

curiosa coisa

os portugueses dizem "pôe-te na minha pele"
enquanto os ingleses dizem "walking on my shoes".
consequências? não sei... ficamos com pele mais flácida?
eles com pé de atleta?

vinho escuro

a noite passada andava alguém de cuecas e meias no escuro, às cabeçadas nas paredes em minha casa. os auscultadores gritavam "I'm coming up on infrared, there is no running that can hide you, Cause I can see in the dark. I'm coming up on infrared, forget your running, I will find you."
em princípio não estava ali mais ninguém, pelo menos não encontrei, mas não se pode garantir, era escuro como bréu.
a liberdade é sempre um assunto com importância, a liberdade também é estas cenas. as meias no entanto roubaram-lhe a dignidade. o vinho era bastante bom.

sábado, 11 de abril de 2009

Iowa’s Family Values - aconselha-se a leitura completa

crónica do NYT - STEVEN W. THRASHER
.
"IF it weren’t for Iowa, my family may never have existed, and this gay, biracial New Yorker might never have been born.
In 1958, when my mother, who was white, and father, who was black, wanted to get married in Nebraska, it was illegal for them to wed. So they decided to go next door to Iowa, a state that was progressive enough to allow interracial marriage. My mom’s brother tried to have the Nebraska state police bar her from leaving the state so she couldn’t marry my dad, which was only the latest legal indignity she had endured. She had been arrested on my parents’ first date, accused of prostitution. (The conventional thought of the time being: Why else would a white woman be seen with a black man?)
On their wedding day, somehow, my parents made it out of Nebraska without getting arrested again, and were wed in Council Bluffs, Iowa, on March 1, 1958. This was five years before Nebraska would strike down its laws against interracial marriage, and almost a decade before the Supreme Court would outlaw miscegenation laws throughout the country in Loving v. Virginia.
When the good state of Iowa conferred the dignity of civic recognition on my parents’ relationship — a relationship some members of their own families thought was deviant and immoral, that the civil authorities of Nebraska had tried to destroy, and that even some of my mom’s college-educated friends believed would produce children striped like zebras — our family began. And by the time my father died, their interracial marriage was seen just as a marriage, and an admirable 45-year one at that.
That I almost cried last week upon reading that the Iowa Supreme Court overturned the state law banning same-sex marriage will therefore come as no surprise. I’m still struck by one thought: over the years, I’ve met so many gay émigrés who felt it was unsafe to be gay in so-called flyover country and fled for the East and West coasts. But as a gay man, I can’t marry in “liberal” New York, where I’m a resident, or in “liberal” California, where I was born, and very soon I will have that right in “conservative” Iowa.
Of course, the desire to define relational rights and responsibilities with a partner, to have access to the protection that this kind of commitment affords, is rather conservative. But it’s a conservative dream that should be offered to all Americans. Though it takes great courage for gays to marry in a handful of states now, one hopes that someday, throughout the nation, gay marriages, like my parents’ union, will just be seen as marriages.
It’s safe to say that neither the dramas of our family, nor its triumphs, could have been possible without the simultaneously radical and conservative occasion of my parents’ civil marriage in Iowa. And so when the time comes, I hope to be married at the City Hall in Council Bluffs, in the state that not only supports my civil rights now, but which supported my parents’ so many years ago.
Steven W. Thrasher is a writer and media producer. "

quarta-feira, 8 de abril de 2009

tenho esta ideia que para escrever bem é preciso ser muito sofredor e portanto...

ando a evitar zelosamente qualquer coisa que seja minimamente decente. mais do que uma bela merda já é arriscar a felicidade por umas palavras bem arrumadas

um gajo prematuro

ainda antes de escrever algo de jeito deu-lhe o bloqueio do escritor. era um gajo à frente do seu tempo.
(é quase como que um pedido de desculpa a quem aqui passe)

somos uns românticos do caralho



"The pornography industry is larger than the revenues of the top technology companies combined: Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix and EarthLink"



terça-feira, 7 de abril de 2009

crise

estava de olhos fechados a pensar que a base alimentar da maioria da população mundial é o arroz, a tentar imaginar todo o arroz do mundo junto quando, sem avisar, apareceste toda nua. claro que o arroz desapareceu todo.
e assim começa uma crise alimentar

estava de olhos fechados a pensar que a as pessoas têm todo o dinheiro nos bancos, a tentar imaginar todo o dinheiro do mundo junto quando, sem avisar, apareceste toda nua. claro que o dinheiro desapareceu todo.
e assim começa uma crise financeira

estava de olhos fechados a pensar que todos temos de acreditar nos fornecedores, nos nossos clientes, que é tudo gente séria, quando sem avisar, apareceste toda nua. claro que a confiança desapareceu toda.
e assim começa uma crise de confiança

estou a tentar pensar onde se compra roupa de gaja nos sonhos, antes de pensar no problema do aquecimento global. ainda morremos todos gelados.

medidas contra a crise - about politics

enfim, em primeiro é preciso tomates para enfrentar a crise.
por via das dúvidas decidi plantar uns tomateiros no jardim.
também a escassez de outros produtos frescos me há-de levar a continuar a saga agrícola, mas por agora, efizélias, um projecto de maracujá e medronhos para a aguardente.
só falta a carne e o leite, estou a pensar numa cabra.
depois podem fechar os bancos e esta merda toda.
está tudo convidado para uma festa rija nesse dia do apocalipse.

terça-feira, 31 de março de 2009

agenda pós-moderna

nota mental na agenda:
deixa-te de merdas e gasta o tempo a fazer as tuas coisas. pensas que vais a algum lado a correr dessa maneira? e se fores, o que fazes quando lá chegares? metes o dinheiro no banco e vives com o extracto? o extracto dá beijinhos é?

sabes?

sabes aquela cena que tu achavas mesmo mesmo impossível?

a luz que se foi

take me anywhere i don´t care



if a ten ton truck kills the both of us

sexta-feira, 27 de março de 2009

Rambo

O dia estava a acabar, estava a acontecer aquele altura indefinida no tempo, o chamado lusco fusco, em que os gatos já assomam nos muros mas ainda não são pardos. A hora da caça estava prestes a começar, as vítimas sentiam o aproximar do perigo. O espelho mesmo em frente, o penso enorme no peito a indicar o local onde se ocultava o tema deste post.

Lembrei-me do John Rambo, quando conseguiu fugir da masmorra perdida no Afeganistão, a desinfectar o buraco da bala com pólvora tirada de um cartucho, o fogo e fumo a sair do corpo. Lembrei-me dos filmes de guerra, onde há sempre um enfermeiro com morfina por perto, no meio do clamor dos canhões.

Havia um cheiro a ferida no ar, um odor inconfundível, só tinha o sangue-frio e a força dos tenazes, a coragem dos audazes. Respirei fundo e arranquei o penso, por trás um espectáculo inconfundível de sangue, linhas a atravessar a carne, a pele e o músculo, uma cor escura no centro da catástrofe anunciada. Não tinha pólvora à mão, nem morfina nem nada… peguei num cotonete e em betadine e tratei do assunto.

Enfim são dois pontos, uma ferida milimétrica, sou gajo para desmaiar se me cortar num dedo…

quarta-feira, 25 de março de 2009

bird lives

faz uns dias que se celebrou a morte do chalie parker, um tipo que tocava como nunca mais ninguém conseguiu.
pouco depois de ele morrer começaram a aparecer inscrições nas paredes do Harlem..."Bird Lives".
o ultimo sax que ouvi foi num bar ali perto (não era muito bom o som), estava cravado de fotos do mito.

há uns tempos perguntei ao meu prof de sax se não devia comprar um instrumento melhor, ele contou-me que o charlie parker passava o tempo a usar um qualquer instrumento emprestado (e dele tinha sido trocado por heroína ou alcóol). fiquei arrumado com o argumento.

enfim, gosto de ouvir o gajo. o mito e a história da vida dele.

segunda-feira, 23 de março de 2009

as horas

depois de quase 24 horas entre vôos e escalas, sem quase nada para aproveitar o tempo, que foi todo morto, reparei que nem sequer aproveitei para pensar na vida e tal. estava distraído. conclui-se então que ele há dias de muita sorte!

princesas, touros e outras figuras mitológicas

ontem no air shuttle (é assim que se chama o autocarro da carris que passa na Portela, um nome bastante fino como merecem os bifes) um francês explicava à sua princesa que aquilo era um palácio.

aquilo era a praça de touros do campo pequeno, não fui capaz de o corrigir, as consequências podiam ser dramáticas.
confundir casa de princesas com casa de gado bravo podia lixar um fim de semana romântico logo na primeira hora.

e lá foram felizes os dois em direcção a outros palácios e ruínas desta cidade luminosa e boa para se fazer o tal do amor, nos curros dum palácio ou no quarto duma pensão. Mas essa parte já não consegui descobrir, porque a minha paragem era antes do saldanha.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

hei-de ir ao teu encontro mas armado até aos dentes, para te matar todas as vezes necessárias

the outsiders - REM


a

sei de uma pessoa que já deve estar cansada de se sentir cansada,
como quem sente a solidão de estar sempre a fugir dos outros.

ressentimentos

voltar a visitar o único sítio onde não guardei ressentimento. ressentimento do tempo perdido com aquela mulher. vou voltar a nova york. como não vou sozinho, vou tentar não ficar só no meio dos outros. não me parece que exista prémio para o maior fugitivo do mundo, portanto esta competição não tem grande sentido.
logo se verá, em todo o caso é sempre boa ideia voltar àquele lugar.

onde não estou

há um restaurante numa terra muito a sul no chile com fotos de jornal do allende, do vitor jara, com planisfério e com comidas de caranguejo e vinho bastante bom. de repente deu saudades de não estar por lá. longe.

limpo o cú com isso da crise, mas em boa verdade emociona-me ver a justiça numa foto

corpo livre

existe calma, paz, silêncio nos corpos dos outros, que nos são emprestados por instantes? existem corpos emprestados por instantes, só invólucros, só carne e matéria? já agora, só sexo? a alma está colada na pele e vê-se em corpos emprestados? ou está dentro de dentro do dentro e nunca se verá? nem em 100 anos a acordar ao lado?
existe corpo para lá dos sentimentos, preconceitos, amores, culpas?
suponho que é uma questão de se praticar com afinco e regularidade, é como marcar livres directos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

it turns out wanting something doesn´t make it real


tira roubada algures, o título já não

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

só quem morreu na fogueira sabe o que é ser carvão

qualquer um que se dedicasse a coleccionar as histórias de amores e desamores que se vão ouvindo por aí dava uma espécie de santo da igreja cruzado com prémio nobel.

o escocês com 3 filhos que chega a casa e vê a mulher à porta com o vestido de noiva com que se casaram... ia a sair de casar para casar com outro gajo qualquer.

o gajo que no comboio liga à namorada com quem vive há 5 anos, diz que se sente mal, que não vai para casa. e nunca mais se viram e nunca mais falaram um com o outro.

a gaja que na semana antes do casamento arrepende-se e cancela tudo, passados uns meses casa com o director financeiro, chefe do ex-noivo.

a gaja farta de o namorado estar no estrangeiro, diz que se despede, que larga tudo e vai para lá. mas ele não quer e fim de história, parece que já vivia com outra pessoa e esqueceu-se de avisar.

o gajo que vai visitar a namorada a fazer um doutoramento noutro canto da europa. chega e no aeroporto ela diz que acabou. ele com uma semana de férias pela frente ali naquele inferno.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

em geneve conheci uma frase que vale a pena

Arrêtez les bombes lacrymogénes
nous, nous pleurons tout-seuls

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

um ensaio em forma de peça de teatro, mas bastante profundo, sobre a similitude e a cognosciência

(ela)
- "és um génio"
(ele ligeiramente ruborizado nas faces)
- "não sou nada!"
(ela genuinamente espantada)
- "a sério?! é que são tão parecidos!"

(é altura de confessar que acho a anedota do busto do Napoleão a melhor que já se inventou, por larga vantagem)

A Atlântida ou Atlantis teria sido uma antiga ilha ou continente, cuja real existência ou localização nunca foi confirmada...

fui à wikipedia tentar descobrir mais sobre a atlântida mas a informação era escassa...

(o blog é meu, posso bem mandar recados pessoais a pessoas que se calhar nem conheço, aliás parece-me que acabei de definir um blog... recados pessoais a pessoas desconhecidas... pena ser tão cacofónico, que a ideia está lá toda)

kenny garret - vendia a minha alma ao diabo (e a tua também, e o que fosse preciso) para chegar assim a 1km dos calcanhares dele



ps. o preto com um penteado bastante ridículo é um monstro de outro calibre, miles davis obviamente

obviamente demito-o

Se Deus estivesse em campanha eleitoral por estes dias, gostava que lhe perguntassem o que é que fazia ao São Pedro se ganhasse as eleições.

cá em casa a esta hora pratica-se o sax... quem está está, quem não está estivesse

havia uma anedota mais ou menos assim... já a original era fraquinha

plagiando esse monstro da cultura do país irmão...

eu quero é que o Inverno vá para o Inferno

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

o obama e o vinho tinto provocaram uma espécie de euforia misturada com emoções fortes, foi directo ao coração


pus-me a ver a tomada de posse e engasguei-me todo com aquilo. sou um bocado maricas nestas merdas de sermos todos iguais e modernices afins. não levem a mal.

já aconteceu 2 milhões estarem num mesmo sítio a defender coisas que nem uma pessoa devia defender. mas desta vez não. fiquei com a ilusão que foi um passo bem grande, até tendo em conta o lamaçal que o anterior presidente... enfim não interessa.

passaram ali boas vibrações

c#!!&?##

acho que não nos insultamos suficientemente alto. e assim em surdina vamos acabar por ensurdecer. grita-me foda-se!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

e prontos caiu-me o país real em cima, o que existe. não o que devia existir.

o ps já veio esclarecer que isto dos maricas casarem pode ser. agora adoptarem crianças é que nem pensar. como não há nada que sustente esta opção, a não ser o preconceito, ficamos na mesma. guiados pelo costumeiro preconceito e desconfiança do outro. do diferente. é que os muçulmanos maltratam as mulheres, e nós damos porradinha com amor. e os maricas são tolerados, mas no fundo uns desviados, enquanto nós vamos às putas mas só quando o benfica ganha. há uma razão para este preconceito todo em relação aos outros... é que nós somos melhores! (os pretos já se podem sentar nos autocarros?)

domingo, 18 de janeiro de 2009

fascínios e perplexidades e a cher quase nua no convés duma fragata


nem chega a ser vagamente erótico tal é a preocupação que me inspira o sítio onde ela se meteu naqueles preparos. fico só assustado. é um clássico com H grande, até por isso. a inocência dos anos que já passaram.

casamentos homossexuais

agarrada à discussão dos casamentos vem a questão da adopção. vão aparecer imensos especialistas em adopção nos próximos tempos...
eu que nada sei do assunto, faz-me imensa confusão impedir um homossexual de poder adoptar. não tem exactamente as mesmas capacidades para a tarefa que um hetero? se é pela ausência de macho-fêmea em casa a coisa ainda fica mais caricata, quantos miudos vivem só com a mãe? tornam-se freaks?

casamentos homossexuais

a única diferença entre mim e o andré é que eu gosto de gajas e ele de gajos. parece-me irrelevante, assunto pessoal. não vejo como possa ser possível a lei fazer a mais pequena distinção entre nós, no que quer que seja. somos exactamente iguais.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

por falar em Xutos, era eu um putito do liceu, sabia isto de cor, ia aos concertos e enfim, depois eu não cresci mas eles desapareceram

Ex Votos Live - Subtilezas Porno Populares

parabéns



Para mim esta são os XUTOS.
Ainda me lembro do Zé Leonel, não nos Xutos mas nos Ex-Votos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

consciência de si

já quando era puto, conta quem se lembra, tinha pouca vontade de me ir deitar. passados tantos anos continuo sem vontade de abandonar os dias, parece que há sempre uma esperança de que aconteça qualquer coisa, ainda é possível. é como que dar só mais uma hipótese a este dia de fazer qualquer coisa que marque. enfim, arrasto a indolência à espera, geralmente o resultado é nulo, o que não é razão pra desistências...
outra hipótese seria um medo irracional de abandonar a consciência, naquelas horas que se perdem a dormir. uma coisa de presa e não de predador, não querer dormir pelo medo de não estar alerta.
mas enfim, prefiro a teoria optimista de um gajo estar sempre à espera do não sei quê, pela noite dentro.
boa noite

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Era afinal quase nada e tudo parecia imenso

Era uma noite apressada
depois de um dia tão lento.
Era uma rosa encarnada
aberta nesse momento.
Era uma boca fechada
sob a mordaça de um lenço.
Era afinal quase nada
e tudo parecia imenso!

isto cantado pelo Camané soa bem melhor,
enfim, para dizer que há fados que um gajo só pode gostar
inocentes, fatalistas e tudo
este chama-se noite apressada
ouço quando tenho tempo, de noite

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

diz 10 nomes de aviões... rápido!

um gajo com os anos a passar vai pensando no que fez da vida, aquilo que vale ser lembrado. os tempos bons e os outros, a nostalgia e a alegria. enfim, vê-se perante a finitude de andar a pisar o chão, e a pensar que um dia vai ser pisado por esse mesmo chão.
num pequeno salto cognitivo vai pensando numa forma de condensar a vida numa frase, no perfeito epitáfio. o resultado destas cogitações vai-se tornando evidente...

.zé.
.um gajo que fazia sopas esquisitas a horas invulgares.
(ou um gajo que fazia sopas invulgares a horas esquisitas, ninguém chegou a saber bem)
.1976-xxxx.
.
.
não é que interesse mas alterei este post, e eu era até hoje praticamente virgem na re-edição.
já agora, praticamente virgem foi uma expressão que o paulo uma vez usou, não percebi o significado mas soa bem, e não me lembro quem ela era.

já dizia o poeta que as cartas são ridículas

ainda estou para entender porque é que encontrei um molho de cartas na prateleira do frigorífico hoje. deve ter havido uma boa razão para as ter deixado lá, só não estou a ver qual é...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

desejos para 2009

um bocado em cima mas,
onde é que se mete o requerimento para adiar 2009?
não tive tempo para gastar o ano todo,

o comboio atrasou-se, sabes como é...

2.000 anos de etc (continuação)

não se devia dizer aos gajos que Deus não existe? ou que morreu? ou que mudou-se para o deserto de Gobi? ideias precisam-se.

das pedras aos mísseis, 2000 anos de convivência

Foi lá que nasceram as grandes religiões, é o berço, é a Terra de Deus, é a Terra Santa. Em 2.000 anos todos lá foram espalhar um pouco de fé e amor. Pode-se processar o senhorio? Ou ele pode processar os inquilinos? Glória eterna, que vêm aí mais 2.000 anos de porrada.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

enquanto estava na cozinha as formigas (na sala) escreveram este post

deixa a lata do açucar aberta senão roemos os móveis todos!

(fiquei espantado, não sabia que as formigas roiam moveis)

era uma vez um tubérculo chamado maria analogia

tinha um certo pudor de dizer pudor.
no fundo como as pessoas que têm medo de dizer medo.

2008 - um balanço com embalanço

do que me lembro não posso contar
e o que não me lembro também é difícil.
no fim 2008 passou-se e nós também.
enfim, é o costume para a mesa do canto.