terça-feira, 19 de maio de 2009

é muito redutor dividir as pessoas em grupos?

há quem só queira um porto de abrigo, um qualquer. há quem fuja de ter pé. há todas as cores no meio também. há os outros.

tudo vai ser diferente, isto vai ser irreconhecível, como hoje é, visto de ontem

http://www.wolframalpha.com/

Ele há causas que me causam cá uma impressão...

Há uns dias umas centenas de milhares de pessoas foram com a imagem da NSFátima até ao Cristo-Rei celebrar os 50 anos da estátua.
Segundo parece, o Cristo-Rei foi construído para agradecer ao Senhor por não termos entrado na 2ª Guerra (não sei bem se ao Senhor no céu se ao das botas).

É bom lembrar o século passado, as guerras em que entrámos,
- na Primeira Guerra Mundial fomos lá porque um senhor matou um arquiduque e os imperialismos europeus estavam no auge,
- na do Ultramar já toda a África era independente, nós ainda andávamos a carpir o nosso Império e a combater contra os de lá
- a da Índia não chegou a acontecer, mas vontade não faltou ao senhor das botas.

A única em que não entrámos, e até fomos dúplices, foi a 2ª Grande Guerra, contra um tirano maníaco que queria exterminar uns povos e subjugar todos os outros. Se calhar a única guerra que eu nunca hesitaria travar.

Enfim, a Igreja e o regime decidiram agradecer esta postura perante a guerra, perante as guerras, num século em que não fomos um exemplo para ninguém...

Estas coisas do Salazar e do Cerejeira e de Fátima e estes cozinhados todos fazem cá uma confusão!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

como os olhos de um bandido *

existe uma lógica nas probabilidades (e na vida) que não sei o nome, mas pode ser por exemplo, invariância. essa lei tanto dá para prever resultados do futebol como para perceber que amanhã o dia em princípio vai ser igual a hoje. o resto são raros acidentes, singularidades estatísticas.
enfim , para dizer que convém que hoje tenha corrido bem.


* esta frase é do Caetano, claro

profilaxia

confesso, sou hipocondríaco.
todos os dias faço a profilaxia da malária...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

saltam memórias por coisa nenhuma



Estava este som a passar aqui e veio-me uma saudade do Mindelo. não sei bem porquê, porque sim. nha crecheu.

generalizações, bela vista e outras merdas

Uma dúvida anda a assaltar-me (salvo seja). Quantos bandidecos têm de viver num bairro para se decretar publicamente que o bairro é só malandragem? basta 5% dos habitantes? ou será 10%? 20%? 50%?
Os não-bandidos, que passam a viver num bairro sitiado pela polícia, têm direito a queixar-se a alguém? As pessoas perdem direitos "civis" porque lá no bairro uma malta andou na bandidagem?
Já tive um dia contacto amistoso com aqueles senhores do Corpo de Intervenção, e fico arrepiado de pensar neles todos os dias a cercar o meu prédio.
Ninguém se indigna que, ao invés de haver trabalho de investigação criminal e captura de criminosos, se decrete uma espécie de estado de sítio que não resolve nada, só descrimina.
E que tal fazer um trabalho sério e prender os bandidos, em vez destas merdas?
Quanto aos senhores do Corpo de Intervenção, do que já vi, são o contrário do que uma polícia deve ser. Implicam com quem passa, provocam de forma gratuita, são mal educados e agressivos. Onde chegam parece que a coisa se transforma numa espécie de faixa de Gaza, onde ninguém se livra de arranjar chatices só porque está no sítio errado à hora errada.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

crítica literária

Em estando vivo acho que o Phillip Roth é capaz de ser o melhor escritor vivo. Em estando morto, não fosse o Cervantes...
Escrevo com a autoridade de quem hoje vai acabar de ler o primeiro livro dele, e que nos últimos 15 anos leu muito pouco, e quase só merdas sem interesse nenhum, de tal forma que nem sei bem o que ando a ler, desde os 17 anitos.
espero ter convencido com a força dos argumentos. eu cá fiquei.
de qualquer modo esta opinião varia conforme o que ando a ler, que é para isso que eles servem, para nos moldar de calhaus em lindas lanças com que matamos os fantasmas. ou então tudo ao contrário.

o estilo é que me fode. que o conteúdo nunca existiu.

havia um qualquer gajo que dizia, para escrever um bom texto é preciso tirar tudo o que está a mais. a minha técnica é outra, deixo só meia dúzia de palavras a mais, de maneiras que dê um post.

esta insatisfação

o Variações é o primeiro cabeleireiro filósofo músico poeta que sabia realmente dançar, acho até que sei onde o Michael Stipe foi buscar o swing

Paulo Pena, provérbios por atacado

a verdade é que as pessoas levam bastante a mal quando se lhes diz a verdade

se os provérbios tivessem corolário:
hoje disse a verdade e fodi-me
se os corolários dos provérbios tivessem corolários:
hoje mentiram-me, fodi-me
se os corolários dos corolários dos provérbios tivessem corolários:
a verdade não existe, fodi-me

campeões, não fugindo ao assunto...


se repararem no equipamento do benfica, por cima do símbolo aparecem 3 estrelas douradas, pouca gente sabe o que quer dizer, penso que não há muitos clubes no mundo com essas estrelas. entretanto espero que se tenham divertido a festejar à chuva.

sábado, 9 de maio de 2009

Paulo Pena, fabricante de provérbios

demasiadas vezes o cântaro não foi à fonte
Aqui, onde os homens se sentam

a ouvir mútuos queixumes;

Onde a decadência agita um resto


de cabelos tristes e grisalhos


Onde a juventude se faz pálida, fina


como a sombra, e morre;


Onde o simples pensar já é sofrer...


John Keats
Ode a um rouxinol

sexta-feira, 8 de maio de 2009

introducing Paulo Pena, fabricante de provérbios

um barco não vai ao fundo duas vezes