terça-feira, 31 de março de 2009

agenda pós-moderna

nota mental na agenda:
deixa-te de merdas e gasta o tempo a fazer as tuas coisas. pensas que vais a algum lado a correr dessa maneira? e se fores, o que fazes quando lá chegares? metes o dinheiro no banco e vives com o extracto? o extracto dá beijinhos é?

sabes?

sabes aquela cena que tu achavas mesmo mesmo impossível?

a luz que se foi

take me anywhere i don´t care



if a ten ton truck kills the both of us

sexta-feira, 27 de março de 2009

Rambo

O dia estava a acabar, estava a acontecer aquele altura indefinida no tempo, o chamado lusco fusco, em que os gatos já assomam nos muros mas ainda não são pardos. A hora da caça estava prestes a começar, as vítimas sentiam o aproximar do perigo. O espelho mesmo em frente, o penso enorme no peito a indicar o local onde se ocultava o tema deste post.

Lembrei-me do John Rambo, quando conseguiu fugir da masmorra perdida no Afeganistão, a desinfectar o buraco da bala com pólvora tirada de um cartucho, o fogo e fumo a sair do corpo. Lembrei-me dos filmes de guerra, onde há sempre um enfermeiro com morfina por perto, no meio do clamor dos canhões.

Havia um cheiro a ferida no ar, um odor inconfundível, só tinha o sangue-frio e a força dos tenazes, a coragem dos audazes. Respirei fundo e arranquei o penso, por trás um espectáculo inconfundível de sangue, linhas a atravessar a carne, a pele e o músculo, uma cor escura no centro da catástrofe anunciada. Não tinha pólvora à mão, nem morfina nem nada… peguei num cotonete e em betadine e tratei do assunto.

Enfim são dois pontos, uma ferida milimétrica, sou gajo para desmaiar se me cortar num dedo…

quarta-feira, 25 de março de 2009

bird lives

faz uns dias que se celebrou a morte do chalie parker, um tipo que tocava como nunca mais ninguém conseguiu.
pouco depois de ele morrer começaram a aparecer inscrições nas paredes do Harlem..."Bird Lives".
o ultimo sax que ouvi foi num bar ali perto (não era muito bom o som), estava cravado de fotos do mito.

há uns tempos perguntei ao meu prof de sax se não devia comprar um instrumento melhor, ele contou-me que o charlie parker passava o tempo a usar um qualquer instrumento emprestado (e dele tinha sido trocado por heroína ou alcóol). fiquei arrumado com o argumento.

enfim, gosto de ouvir o gajo. o mito e a história da vida dele.

segunda-feira, 23 de março de 2009

as horas

depois de quase 24 horas entre vôos e escalas, sem quase nada para aproveitar o tempo, que foi todo morto, reparei que nem sequer aproveitei para pensar na vida e tal. estava distraído. conclui-se então que ele há dias de muita sorte!

princesas, touros e outras figuras mitológicas

ontem no air shuttle (é assim que se chama o autocarro da carris que passa na Portela, um nome bastante fino como merecem os bifes) um francês explicava à sua princesa que aquilo era um palácio.

aquilo era a praça de touros do campo pequeno, não fui capaz de o corrigir, as consequências podiam ser dramáticas.
confundir casa de princesas com casa de gado bravo podia lixar um fim de semana romântico logo na primeira hora.

e lá foram felizes os dois em direcção a outros palácios e ruínas desta cidade luminosa e boa para se fazer o tal do amor, nos curros dum palácio ou no quarto duma pensão. Mas essa parte já não consegui descobrir, porque a minha paragem era antes do saldanha.